Gestão de pessoas na contabilidade: uma preocupação inadiável.
Tão quanto é importante a responsabilidade técnica do contador é a responsabilidade humana no papel de gestor de pessoas. Devemos pensar que são as pessoas que permeiam as organizações, se mantendo na tangente de todos os processos, inclusive os contábeis. Neste sentido, os contadores devem vislumbrar as pessoas ou “recursos“, nova nomenclatura negocial, como sendo a principal matéria prima do processo de produção, o investimento mais louvável do negócio. Por analogia, devemos debitar as pessoas no ativo, no intangível na rubrica investimento e não na DRE como gasto. Dentre as atribuições de um líder, gerir pessoas é, provavelmente, uma das mais árduas.
Já diz Peter F. Druker, “Máquinas se depreciam ao serem usadas, o conhecimento humano se valoriza mais”. O célere Chiavenato com toda propriedade nos dá uma lição que vem de tempos com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto com da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloquente constatação, dizendo que “o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas, decorre das pessoas que nelas trabalham, são elas e apenas elas que geram valor e fortalecem a empresa”.
Colaboradores alinhados com os valores e objetivos da empresa.
Pode-se dizer que gestão de pessoas é o conjunto de estratégias empregadas por empresas para desenvolver seu capital humano. As ações de Recursos Humanos são exercidas desde a atração dos melhores profissionais possíveis e incluem seu desenvolvimento, retenção e motivação para desempenhar suas funções. Alguns conceitos atuais trabalham que a gestão de pessoa é fundamental para desenvolver o capital humano. Desta forma, colaboradores alinhados com os valores e objetivos da empresa, fazem total diferença para o negócio, e ajudam claramente na gestão dos mesmos, mas para isso é necessário uma boa gestão deste capital.
Extrapolando, conseguimos conjecturar 5 pilares da gestão de pessoas 1) Motivação, 2) Processo de comunicação 3) Trabalho em Equipe, 4) Conhecimento e Competência e 5) Treinamento e desenvolvimento. Quizás, a comunicação seja uns dos principais, dela excluimos todo o ruído das discordâncias, confusões e mal entendimentos.
Empresas gastam dinheiro para buscar os melhores profissionais, oferecem benefícios e acreditam que isso é suficiente. O profissional entra na empresa, recebe uma capacitação inicial e, depois, é deixado de lado no cumprimento de suas atribuições de rotina.
Feedback na gestão de Colaboradores
O feedback não precisa ser um momento dramático, muito pelo contrário! Deve ser um momento de compartilhamento de experiências e sugestões para alavancar o desempenho do colaborador. O feedback é tão importante quanto “fechar um balanço”, ter o “parecer de auditoria”, e pagar os impostos. Ele sé entrega valor para a pessoa que o recebe.
- Prepare-se e organize o que será dito: A falta de preparação fará com que todas as suas ponderações percam a credibilidade . Um feedback precisa mostrar-se bem fundamentado. Mantenha um rascunho para ir assinalando os pontos importantes que devem ser mencionados durante a reunião.
- Quebre o gelo. O feedback deve assumir a forma de um diálogo natural. Não comece direto ao assunto, relaxe e deixe a pessoa relaxada. Busque criar uma clima de tranquilidade para que o colaborador esteja disposto a ouvir as ponderações positivas e negativas. Após isto vá direto ao ponto.
- Adote o modelo “sanduíche”. Evite ceder ao impulso de ir direto aos pontos que lhe incomodam. Mescle os aspectos de qualidade distinta, pontos ruins com pontos bons. Isto alivia a tensão de ambas as partes. Primeiro comece com as boas notícias. Reconheça o valor do profissional, destacando os aspectos que evidenciem a sua relevância para o seu grupo de atuação.
- Ser sincero é a maior regra de como fazer feedback. É muito difícil apontar as falhas das pessoas que convivem conosco diariamente – no entanto, isso é essencial para o crescimento profissional delas! Tenha sempre em mente que é fundamental ser sincero, mas com sutileza, utilizo sempre a expressão “tapa de luva” evitando constrangimentos. Antes de criticar um ponto, avalie uma possibilidade de sinônimos e expressões menos rudes. Tenha sempre em mente que é papel de um líder a gestão e o desenvolvimento de pessoas.
- Aponte exemplos práticos. Exemplos concretos e dados fortalecem a mensagem, fazendo com que a pessoa visualize cada caso e concorde ou reduza o conflito. Isso mostra para o colaborador que ele foi notado de verdade e que você, enquanto gestor, se preocupa com as atividades dele de perto. Evite comparações com colegas, até mesmo você detestaria ser comparado.
- Tenha empatia na exposição dos pontos fracos. Receber uma crítica nunca é um momento fácil, mesmo que a pessoa tenha inteligência emocional e saiba entender que as críticas são um estímulo a melhorias. Então na hora de expor os pontos fracos, coloque-se no lugar do colaborador e pense em todas as reações possíveis diante da crítica. Assim, escolha palavras sutis!
- Auxilie na criação de planos de ação. É preciso saber que o objetivo do feedback é apontar soluções, não falhas ou culpados. Auxilie com sugestões para corrigir as falhas que foram apontadas.
- Feedback é olho no olho. O feedback é um momento sério, no qual o gestor precisa transmitir credibilidade em sua fala e nas informações, precisa ser um conversa presencial. Nada de transmiti-lo por e-mail! Em último caso, faça uma chamada por vídeo.
- Inverta os papéis. O feedback, é um momento de troca . Logo, solicite feedback ao avaliado sobre o seu desempenho como gestor. As vezes você também necessita. Pode estar cometendo falhas e não sabe, Não se julgue o totalmente correto.
- Não se estenda. Seja breve e objetivo, deixe claro a mensagem para o ouvinte, nas ponderações, evitando que cada ponto leve a outros rumos que não são pertinentes no momento do feedback. A conversa precisa ser concisa e assertiva.
O contador é o profissional que cuida das questões financeiras, tributárias, econômicas e patrimoniais de uma empresa. Em seu cotidiano, lida com planilhas, demonstrativos de resultados, contas a pagar e a receber, guias de impostos e muitos números. É uma profissão que exige muita atenção e responsabilidade. Para exercer suas atividades, mas também cuida pessoas. O Contabilista estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro de atos e fatos da administração econômica, mas também orienta pessoas.
No exercício de suas funções contábeis, elabora demonstrações contábeis demonstrações contábeis pelo estudo dos elementos que compõem o património monetário das entidades, de modo a cumprir as funções económicas e administrativas destas. Mas também elabora o crescimento das pessoas.
Está, sob as responsabilidades de um contabilista, organizar e executar serviços de contabilidade em geral, a escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da organização, e levantamento dos respectivos balanços e demonstrações, mas também levanta as pessoas.
Enfim, além de todas as outras responsabilidades do contador ou contabilistas, estão a responsabilidade para com as pessoas, seus recursos, seus colaboradores. Eles devem gerir pessoas como devem gerir seu crescimento, dando orientação e fazendo parte de algo maior na vida delas.
Frederico Silva – Contador, Mentor de carreira Contábil e Professor Universitário.